Os ministros do Comité Técnico Especializado de Justiça e Assuntos Jurídicos da União Africana (UA) recomendaram, ontem, na 6ª sessão extraordinária, a necessidade de se ter em conta as implicações financeiras para o orçamento da organização, antes de se submeter aos Chefes de Estado os diplomas sobre a reforma institucional.
Trata-se do Projecto de Regulamento Financeiro da UA revisto, o
Regulamento de Regime de Fundo de Pensões de funcionários da UA, o
Contrato de Gestão do Fundo de Pensões dos funcionários da UA e o
Projecto de Estatuto e Regulamento dos funcionários da UA, que foram
apreciados durante dois dias.
Segundo o ministro da Justiça e dos
Direitos Humanos, Francisco Queiroz, que participou na reunião, o
Projecto de Estatuto e Regulamento dos funcionários da UA deu origem a
mais debates, porque trata de questões que têm a ver com o pessoal,
nomeação e progressão na carreira, salários, regalias, licenças,
despesas de viagem, assistência médica e medicamentosa, conduta e
disciplina, para além de idades de reforma.Francisco Queiroz esclareceu
que os referidos diplomas visam conferir à União Africana maior
capacidade de actuação, no sentido da reforma que está a decorrer neste
momento a nível da organização continental, para torná-la mais capaz de
enfrentar os desafios do continente e dos países.
"Pensa-se que
pela via da melhoria das condições de trabalho, salariais, regalias do
pessoal se possa atingir este desiderato. Não é a única via, mas
considera-se que é uma via importante", sublinhou.Segundo ainda o
ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Angola chamou a atenção para
a necessidade de se ter em conta as implicações financeiras para o
orçamento da UA e recomendou que os diplomas, antes de serem sujeitos à
aprovação da Cimeira, fossem objecto de uma avaliação e parecer
especializado de comissões que existem dentro da organização vocacionada
para as questões financeiras."Esta recomendação foi considerada e
apoiada por outros países", referiu Francisco Queiroz, sublinhando que o
país "está de acordo com as reformas da UA, que se melhorem as
condições de vida dos funcionários, as condições de trabalho e salariais
para equipará-las a regimes salariais de outras organizações".
Francisco
Queiroz esclareceu que o Comité Técnico Especializado de Justiça e
Assuntos Jurídicos da União Africana funciona como um grupo técnico que
faz a triagem de documentos legais importantes, antes de serem
submetidos à Cimeira. "É uma comissão que integra os ministros da
Justiça, os procuradores-gerais da República e outras entidades que
cuidam de questões legais", disse.Os documentos foram preparados pelos
peritos em questões jurídicas governamentais do Comité Técnico
Especializado de Justiça e Assuntos Jurídicos, na reunião realizada de 5
a 11 de Junho de 2021.
A sessão do Comité de Peritos contou com a
participação de 34 Estados-membros, designadamente África do Sul,
Angola, Argélia, Botswana, Burkina Faso, Camarões, Côte d'Ivoire,
Egipto, Guiné Equatorial, e-Swatini, Gabão, Guiné Conacry, Eritreia,
Etiópia, Gâmbia, Ghana, Guiné, Quénia, Líbia, Madagáscar, Mauritânia,
Maurícias, Marrocos, Moçambique, Namíbia, Níger, Rwanda, República do
Saara Ocidental, Senegal, Tanzânia, Togo, Zâmbia e Zimbabwe.
O
encontro contou, igualmente, com a participação de órgãos e instituições
da União Africana como a Co-missão da União Africana, o Tribunal
Africano dos Direitos Humanos e dos Povos, o Parlamento Pan-Africano, a
Agência de Desenvolvimento da União Africana, o Conselho Consultivo da
União Africana sobre a Corrupção e o Secretariado da Zona de Comércio
Livre Continental Africana.
Fonte: JA