Quem já quebrou um termômetro analógico, deve se lembrar de um líquido curioso que formava bolinhas que pareciam correr pelo chão. Essa brincadeira poderia custar muito caro, já que essa substância é o mercúrio.
Em lâmpadas, baterias, termômetros, nas águas de rios e mares, nos peixes, nos seus dentes. Representado por Hg na tabela periódica, o mercúrio é um metal tóxico, e a intoxicação pode deixar sequelas para o resto da vida.
O temido mercúrio
O mercúrio é um elemento químico metálico, representado na tabela periódica por Hg, e tem o número atômico 80. Ele é o único metal que em temperatura ambiente se encontra em estado físico líquido.
Na natureza ele é encontrado em rochas da crosta terrestre, e pode ser exposto por erupções vulcânicas, erosões ou até pelo processo da queima de biomassa.
Também pode ser obtido através de processos de refino de óleo, na produção de cimento e queima do carvão.
Ele é muito utilizado em instrumentos médicos, e na indústria química. Está presente em lâmpadas, termômetros, esfigmomanômetros, em alguns tipos de amalgamas dentárias (massa para obturação), baterias, entre outros instrumentos.
Por algum tempo, também foi utilizado em produtos de limpeza de machucados. Se você era criança anos 1990, deve se lembrar (com dor) do mercurocromo. Mas após os testes de toxicidade, os produtos de saúde à base de mercúrio foram descontinuados.
A toxicidade do mercúrio
Principais formas do elemento capazes de causar agravos à saúde, e até morte:
Mercúrio elementar (metálico): a intoxicação ocorre principalmente por via respiratória. Sendo bastante volátil, o gás de mercúrio entra nas vias aéreas, e percorre o corpo pelos vasos sanguíneos. As partículas se alojam principalmente nos rins, mas podem causar danos também no sistema nervoso central.
A absorção pela pele é lenta, mas pode gerar dermatites. Se ingerido, pode causar problemas gastrointestinais, mesmo não tendo uma absorção efetiva por essa via.
Mercúrio inorgânico: geralmente ocorre em ambientes industriais. A contaminação ocorre por processo semelhante ao do mercúrio elementar.
Mercúrio orgânico (metilmercúrio): é mais comum. Ela ocorre por via digestória quando nos alimentamos com peixes contaminados ou inalamos fumaça de carvão.
Esse tipo de contaminação ocorre de maneira mais lenta, e em um longo tempo de exposição. Nas demais, geralmente o contato com o mercúrio é mais agudo e a apresentação dos sintomas ocorre de maneira mais rápida.
Os sinais e sintoma variam de acordo com o tipo de via de contaminação, tempo de exposição e a quantidade de mercúrio.
Entre os sinas e sintomas estão náusea, vômito, perda de memória, tremores, visão turva ou duplicada, hemorragia nas gengivas e problemas respiratórios.
O diagnóstico é realizado por exames de sangue, urina e pelo histórico alimentar do paciente. O tratamento depende do grau da lesão dos sistemas causada pelo mercúrio.
Alguns dos sintomas são tratáveis, mas caso o contacto tenha sido prolongado, as sequelas podem ser permanentes, e o tratamento seguirá pelo resto da vida.
Gestantes, lactantes, bebês e crianças devem evitar o consumo de peixes contaminados por mercúrio, já que o elemento pode interferir no desenvolvimento das estruturas nervosas e cerebrais.
O mercúrio é capaz de atravessar as barreias placentária e nervosa, assim como pode estar presente no leite de mulheres contaminadas.
Além disso, pessoas com problemas renais também devem evitar o consumo, levando-se em consideração que o mercúrio tem tendência a se alojar nos rins.
Outra maneira de prevenção é evitar o consumo diário desse tipo de proteína. O consumo indicado é de 2 à 3 vezes por semana, em porções pequenas, dependendo do peixe escolhido.
Fonte: TecMundo